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Mostrando postagens de outubro, 2020

Nós todos esperamos Godot.

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 Eaiiii queridos seguidores, Nossa viagem está quase chegando ao fim (ou melhor, chegando no presente)... Tenho muita coisa pra contar pra vocês ainda, pois quanto mais perto do presente, mais descobertas sabemos sobre o teatro e mais pessoas (em diversas partes desse mundo) iniciaram trabalhos muito variados que fica difícil a gente enquadrar este tipo de arte em restritos perfis classificatórios. Hoje, nosso barco chega na Modernidade. Falaremos sobre muitas celebridades teatrais, mas nosso desembarque final é na Russia. E...a palavra moderno é super instigante, não é mesmo? Ampla e carregada de significações, a Modernidade chega para a vida em sociedade e também é refletida e vivenciada nas artes. O Teatro Moderno, por ter adquirido uma liberdade maior que os teatros anteriores, consegue trabalhar com aprofundamentos humanos que antes não era muito possível. Além disso, a teoria e a crítica acerca do fazer teatral cresceu muito neste período, fazendo com que muitos tea

Oscar Wilde e suas comédias para pessoas sérias

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  Helllloooo peopleeeeee, Hoje retornaremos à Inglaterra, um país que, assim como a França e a Itália, incentivou muito as artes cênicas como um todo. Neste nosso passeio semanal, avançaremos um pouco no tempo e chegaremos a uma nova Inglaterra (uma diferente daquela da Era Elisabetana). Desembarcaremos na Era Vitoriana, que foi uma época de paz e relativa prosperidade para o povo britânico, também conhecido como Pax Britannica, com os lucros adquiridos a partir da expansão e domínio do Império Britânico no exterior. (que a gente sabe que foi explorando nações menos prestigiadas   e roubando bens valiosos dos povos americanos e africanos). A coroa inglesa dominou e explorou mais de 15 países africanos (África do Sul, Egito, Sudão, Gana, Nigéria, Somália, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Quênia, Malawi, Zâmbia, Gâmbia, Lesoto, Maurícia, Suazilândia, Seicheles e Zimbábue) o que fez os países britânicos crescerem e se desenvolverem. A utilização de mão de obra escrava e a retirada dess

Submissão, prostituição e efemeridade: o começo da atuação das mulheres no teatro do século XVII

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  Genteeeesss, Seguindo na linha da França, hoje falaremos um pouco sobre o filme “Marquise” que é uma produção francesa muito conhecida no mundo todo, justamente por falar de um momento super significativo da história do teatro, além de trazer para as telonas do cinema uma visão inteligente e fascinante da sociedade francesa do século XVII. Marquise conta, com liberdades poéticas próprias desse tipo de arte, a história de Marquise-Thérèse de Gorla, também conhecida como Mademoiselle Du Parc, que era uma atriz e bailarina francesa. Ela era uma das estrelas da trupe de Molière e também era conhecida por seus casos de amor com muitas pessoas famosas, que incluem o próprio Molière, Racine e até o rei Luis XIV. O filme é de 1997 e fala basicamente sobre a gloriosa dançarina e atriz que sai da obscuridade para conquistar os corações de alguns dos cidadãos mais proeminentes da França. Na época, o teatro francês era regido pelas comédias de Molière e pelas tragédias de Racine. Nes

Uma viagem pela farsa de Molière

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 Salut, mes amis! Comment ça va? Aujourd'hui, nous voyagerons en France!   A viagem da semana passada foi bem longa. Fomos da Itália à Inglaterra. Contei pra vocês a minha história com o meu amigo Will Shak’s e todo o contexto do teatro do Renascimento e, em especial, o Elisabetano e as muitas interferências que as artes feitas por lá exerceram no mundo inteiro.   Hoje chegamos na França... um lugar riquíssimo em arte e cultura e que deu de presente ao mundo, além de vinhos maravilhosos, inúmeras produções teatrais de qualidade que modificaram a forma de ver e fazer as artes como um todo. Escolhi duas obras super bacanas, uma peça de comédia (pra aliviar o drama pesado que vimos na semana passada) e um filme dramático (que é super interessante e com uma trama genial). A minha ligação com essas obras nasceu em uma das minhas visitas à corte francesa do Rei Luis XIV. Amava meus disfarces daquela época. Passei muitos anos por lá. O rei em questão era um homem muito f

"Shakespearise-se" e você renascerá!

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Ciao a tutti, va tutto bene? Hoje, um desejo louco de falar italiano tomou conta de mim. Mas como só sei dizer, “Ciao a tutti, va tutto bene?”, vou restringir meu discurso italiano apenas a nossa saudação inicial. Então, comecei fazendo a linha da italiana, justamente por que vamos falar um pouco do teatro no Renascimento. Teatro este que começou na Itália, lá pelo século XV, quando o Brasil ainda era totalmente habitado pelos nativos locais. (Confesso que amava me disfarçar de mortal e vir pros lados de cá, os indígenas sabiam como fazer festa). Mas voltando ao assuntoooo, o post de hoje tentará trazer um pouco da minha reflexão sobre este período riquíssimo para o teatro mundial, não só pelo fato de se distanciar do que se fazia no teatro medieval – o tema central não é mais pautado pelas questões religiosas cristãs – mas existe uma abertura muito grande na exploração dos temas (o que faz desse momento muito instigante). Além disso, há nesta fase, uma aposta numa construção

Do Baco ao Cristo: uma percurso doloroso do teatro até a Idade Média.

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 Eaiii galereee (sim, troquei o “a” pelo “e”... agora aprendi que devemos usar o gênero neutralismo, que nada mais é que um combate ao sexismo e ao generismo. A ideia é usar termos na linguagem que sejam genéricos, com o intuito de diminuir ou acabar com a discriminação resultante da impressão de que existem papéis sociais para os quais um gênero é mais adequado que outro) Bomm, essa minha apresentação inicial foi uma forma de protesto. Já que falaremos de Roma hoje, quis iniciar com uma discussão bem pertinente na atualidade: o sexismo. Tanto em Roma, quanto na Grécia e talvez até o início do século XVII no mundo inteiro, as mulheres eram proibidas de atuar ou participar das ações teatrais. Pesado isso, né?? Inclusive os papeis de personagens femininxs eras representados por homens. Este é um dos motivos para o uso da máscara nos Teatros Gregos ou Romanos. Além disso, a máscara trazia as características expressivas e físicas das personagens ali encenadas.     Inclusive,

Medeia: uma deusa, uma louca, uma feiticeira

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  Boaaaaa tarde, povooooo... Já são 15h e eu ainda estou com uma ressaca pesada. Já tomei dois Engov, mas a dor de cabeça está me despedaçando (piadinha sem graça, né? – mas já tô acostumado e me despedaçar e juntar todos os meus pedaços e voltar ainda mais forte)... kkkk A noite de ontem foi pesada, fui visitar uma vinícola aqui no interior de Pelotas e vi que esse povo daqui sabe cultuar bem os meus ensinamentos milenares... hahahaah Sem muitas enrolações, prometi que hoje contaria um pouco sobre uma das minhas tragédias preferidas: Medeia.   Medeia e eu somos descendentes de deuses, provavelmente ela seja uma prima bemmm distante. Sim, ela existiu... e assim como eu, teve muita gente empenhada em contar a história dela. Alguns criaram coisas terríveis sobre o que ela fez, outros por interesses políticos e financeiros, escreveram a vida dela por meio de encomendas de reis ou outros poderosos manipuladores. Queria ter conhecido a moça de perto, dizem por aí que ela tinha mui